terça-feira, 27 de novembro de 2007

E NO CAPÍTULO X...

VOCÊ NÃO PODE PERDER!!!!!
Cenas do próximo capítulo:


-----> Letícia arma pra cima de Isadora...

Grazi: "Mas como vc foi capaz de algo tão sujo, um golpe tão baixo, garota?"

SEXTA-FEIRA ESTARÁ BEM AQUI POSTADO ESPERANDO VOCÊS...

POR ESSE GOLPE DA LETÍCIA VOCÊS NÃO ESPERAVAM... rs

(Ah, não se esqueçam de deixarem os comentários para esta postagem-propaganda... O que vc acha que ocorrerá nessa tão esperada festa?)

domingo, 25 de novembro de 2007

Capítulo IX - Discordia aemuli

A campainha toca outra vez. Fernando atende. É Isadora. "Oi, Fernando, eu vim pegar o resto das coisas que eu havia deixado com você... Principalmente meus livros que..." "Olá, Isadora!" "Letícia? Você aqui?" "Boa tarde pra você também, queridinha..." "Ué, vocês se conhecem?" "Não. Quer dizer... Nos conhecemos hoje... Ela veio aqui para estudarmos e..." "Amor, pra que esconder?" Letícia abraça Fernando. "O Fernando ainda tá meio constrangido, mas estamos namorando, né Fê?" O professor fica sem graça e gagueja... "É, é..." Isadora: "Que bom que você está com alguém, Fernando! Fico feliz por você..." "Você sabe que quem eu amo é você..." "Que pena não poder dizer o mesmo..." Letícia: "Falando em amar, querida, como está o Mauro?" "Muito bem. O Mauro é um homem maravilhoso..." "Ah, é... Beija bem o danado! Na cama então nem se fala..." Isadora sorri e responde: "Na MINHA cama, ele tem sido impecável! E que bom que isso esteja sendo só na minha né, querida?" Letícia fecha a cara e questiona: "Será mesmo que é só na sua?" Isadora respira fundo e rebate: "Mulher que sabe prender o amado, querida, não precisa temer... Agora você eu já não sei... Olha, Fernando, eu vou lá dentro pegar meus livros, tá?"
Isadora sai, deixando a rival irada. Fernando agarra Letícia pelo pescoço: "Você enlouqueceu? Não combinei nada disso contigo!" "Me solta! Você tá me machucando..." "Eu devia era te encher de porrada... Sua louca!" Fernando solta Letícia, jogando-a longe... Ela se levanta e fala cochichando apontando o dedo na cara dele: "Essa louca aqui vai te devolver a Isadora, seu... Seu corno!" "Como é que é?" "Ai, nada não... Você me machucou, cara!" "Foi mal, perdi a cabeça..." "Trate de se conter! Meus planos não param por aí... Ainda vem chumbo grosso, meu querido!" "Olha lá o que você vai fazer..." "Calma... Oh, vou ali no banheiro..." Letícia dá uma desculpa e vai até o quarto em que Isadora arruma alguns livros...
"Você acha mesmo que o Mauro te ama?" "Lá vem você de novo... Eu não vou discutir isso contigo, meo!" "Garota, olha pra mim..." diz Letícia puxando o rosto de Isadora. "Me larga. Tira a mão de mim..." "Você acha mesmo que eu desisti do Mauro?" "Eu não tô nem aí pra você! Que se dane!" "Pois deveria estar aí pra mim sim... Sabia que ele também dizia que me amava todo dia?" "Jura? Vai ver que foi por isso que vocês se separaram né?!" "Escuta aqui oh, mosca morta, eu ainda vou arrancar o Mauro dos seus braços! Ele é meu..." "Ah é? Só tenta... Eu acabo com você antes de qualquer tentativa!"
Letícia ri forçosamente. "É pra rir? Se olha no espelho, minha filha!" "Minha filha é a mãe! E você não tem noção do que eu sou capaz de fazer pelo Mauro!" Isadora pega a caixa com os livros e sai... "Coitada!" murmura Letícia.
Chegando à sala, Isadora e Fernando se despedem. Para tentar pôr ciúmes na ex, Fernando beija Letícia na frente dela. "Ai ai... Vocês se merecem! Tchauzinho..." Isadora vai embora dando risada. "Pára, Letícia, chega! O teatrinho não funcionou!" "Fernando, você acha que é assim? Me dá um beijo e pronto: tudo se resolve... Isadora morre de ciúmes e te pede de joelhos que volte pra ela... Fala sério! Uma mosca morta já basta... Nós vamos pegar pesado, professorzinho!" "É mesmo! Pode contar comigo porque agora eu quero botar pra quebrar!" "E vai dizer que não gostou de me beijar?!" "Mas tu é muito vadia mesmo neh?! É claro que eu gostei!" O casal volta a se beijar...
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No dia seguinte, Victor faz 23 anos. Grazi vai a casa dele e ele está durmindo... Ela deixa um lindo relógio de presente com um cartão sobre a cama. "Um relógio para marcar as horas do seu dia... As horas do meu, custam a passar quando estou longe de você... O tempo me ensinou a amar a pessoa mais perfeita do mundo: VOCÊ! Te amo... Feliz Aniversário! Seu amor..." Grazi dá um beijinho no namorado e vai embora.
Isadora e Mauro tomam café. Ela já havia lhe contado sobre Letícia e Fernando. "Amor, essa história ainda não desceu... Não que eu esteja com ciúmes da Letícia, mas... com Fernando? Tem certeza?" "Aham... E acredite: também fiquei chocada!" "Sei lá, mas isso não tá me cheirando boa coisa..." "Amor, eu não ia te contar, mas..." "Ih, o que que ela fez?" "Ela veio com um papinho que ainda vai te arrancar dos meus braços e..." "Aff! Típico de Letícia, meu amor! E você acreditou?" "Não que eu tenha acreditado, mas sei lá... É uma sensação estranha... As palavras dela são tão cheias de... uma coisa ruim, negativa, sabe?!" "Ela nunca vai conseguir fazer isso!!!" Mauro abraça a namorada. "Por mais que ela tente, eu amo você!" (beijo) "E o que você respondeu?" Isadora morde os lábios. "Você quer saber mesmo?" "Claro..." "Mandei ela tentar... Ela não sabe o que eu sou capaz de fazer!" "Nossa, brava hein?!" "Meu filho, pra defender o que é meu, eu luto com unhas e dentes... Ela que se atreva!" (beijo)
A campainha toca. É Letícia. Isadora atende. "Amor, olha a pérola que veio nos visitar..." "Posso entrar?" "Fazer o que né?!" Letícia entra, senta e levanta seus óculos escuros. "Mauro, a essa altura do campeonato, você já deve estar sabendo que Fernando e eu..." "Certamente! Só acho que você não me deve..." "Eu sei disso! E por isso mesmo, pra mostrar que quero vida nova e te quero ver feliz, e pra desfazer um certo mal entendido entre mim e Isadora ontem, eu vim trazer a papelada da nossa separação... A sua tão sonhada separação! Mesmo não estando separados a dois anos, quero me ver logo livre dessa burocracia toda..." "Letícia, você tá falando sério?" "Claro, Mauro... Você também é advogado e pode conferir os papéis... Saberia se eu estivesse mentindo..." Mauro analisa o documento e assina. Isadora: "Parabéns pela sábia decisão, Letícia! Mesmo com a pulga atrás da orelha, pois a mim você não engana..." "Dá pra você parar de fazer uma má impressão minha? Tô aqui, te entregando legalmente o meu ex-marido... Que mais você quer, garota?" "Desculpa, Letícia, mas de você eu desconfio até das caridades..." "Você me odeia mesmo né?!" "Digamos que odiar é algo muito forte... Simplesmente meu santo não bate com o seu..." "Nem o meu, lindinha... Mas..." Letícia levanta e apanha alguns papéis...
"Passar bem..." Sem mais palavras, a advogada vai embora. "Eu tô ficando louca ou essa louca ficou boazinha da noite pro dia?" "Não sei! Problema é dela... O que importa é que eu estou livre!" Mauro pega Isadora no colo... "Livre... Para ser o meu homem!" (beijo) "Somente seu..." (beijo)
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Victor acorda e vê o presente. Grazi liga pra Mauro e eles combinam uma festa surpresa para Victor no fim de semana. Grazi convida a amiga Letícia e o namorado Fernando também... "Fê, a nossa hora finalmente chegou!" "O que que essa cabecinha de vilã da Rede Globo tá matutando?" "Bem, meu caro, se é pra jogar, vamos com tudo!" "O que significa que..." "O que significa que usarei o golpe mais velho da face da Terra..." "O da barriga?" "Ixi, precisa ir muito longe não... Algo bem mais simples... Só preciso que você ouça bem o que vamos fazer..." "Diga!" "Usaremos o golpe que toda novela usa, e sempre dá certo... Malhação que o diga!" "Não tô te entendendo..." "Ai, Cristo, se liga, oh coisa tapada... Quando eles chegarem à festa..."
E assim a loira conta o plano ao seu fiel escudeiro... Aquela festa daria o que falar!!!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Capítulo VIII - Nequitia amoris

"Eu não sei o que amanhã me trará!" (F. Pessoa)

Pausa para reflexão sobre o blog ERAT QUONDAM...

Como o leitor deve imaginar, a nossa história é um tanto dinâmica por si própria. Não poderia aqui pormenorizar todos os fatos que ocorrem com nossos personagens, mesmo porque minha função é relatar os principais acontecimentos nessa história... Letícia, Mauro, Isadora, Grazi, Victor e os outros são personificações da vida real! Não entenda, caro leitor, que essas são pessoas do mundo real, mas, volto a afirmar, são mitificações de algumas observações do dia-a-dia factual...

Meus personagens têm vida, ainda que dentro de minha cabeça! Enquanto vocês dormem, comem, tomam banho ou estudam, eles me perturbam as idéias, e me imploram para pularem para o teclado do meu computador e ganharem vida em suas imaginações...

Agradeço a todos que têm lido quase que diariamente o blog e que até brigam quando não ponho nada novo... Essa energia positiva (ou essa vibe, como diriam alguns amigos) é boa demais e estou maravilhado em escrever essa história! Esse romance não existiria se não houvesse cabeças nas quais ele tomasse forma...

Pra não perder o costume latino: OBLIGATUS, AMICI!

Sem mais delongas...

Uma semana havia se passado desde aquela noite acalientada na casa da melhor amiga de Mauro. Para alegria de uns e desespero de outros, Mauro e Isadora estavam juntos e mais apaixonados que nunca! O professor nunca estivera tão feliz e julgava ter encontrado a mulher da sua vida. Quanto à universitária, o pensamento era o mesmo... A jovem estava certa de que seu sentimento pelo professor era amor!!!

Nossa história continua dessa vez num local um tanto atípico: a Cachoeira do Tobogã, no Imbé! O casal resolvera namorar tendo contato próximo com essa exuberante natureza.

"Amor, isso aqui é lindo demais!" "É sim..." "Nunca pensei em estar num lugar tão bonito e com um namorado tão perfeito!!!" (beijo) "Isa, é incrível como que a gente tá junto há tão pouco tempo, mas o quanto eu gosto de você... Eu não me canso de falar isso!" "E eu não canso de ouvir..." "Amor, não é exagero, mas... eu amo você!" "Nossa, você nunca havia dito que me amava..." "Pois é... Nem eu tinha me dado conta disso, mas quando estou com você, quando olho nos seus olhos... Você não tem noção do quanto eu amo você!" "Eu também te amo, amor da minha vida!"

Mauro e Isadora trocam juras de amor com aquela bela paisagem ao fundo... Fazem planos para o futuro e namoram até o anoitecer...
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Fernando estuda em casa quando o telefone toca. "Professor Fernando Salema?" "O próprio... Quem fala?" "Boa noite, aqui é Letícia Barros. Do acidente de Isadora, lembra?" "Claro que lembro, pois não?" "É que eu soube que você dá aula de Literatura e pretendo fazer concurso na área do Direito mesmo, então estou interessada em algumas aulas de Literatura e Língua Portuguesa..." "Sei... Eu estou um pouco atarefado, mas seria bom se pudéssemos combinar as aulas pessoalmente..." "Onde você mora?" "Bem, depois de terminar com a Isadora, eu me mudei pra um apartamento pequeno, porque não iria mais casar né?" "Entendo..." "É no Residencial Recanto das Palmeiras, apartamento 71, bloco D..." "Tudo bem, em 20 minutos estarei aí..." "Ok... Tchau!"
No tempo e local combinados, Letícia chega com todo entusiasmo. Seu plano começara a dar certo! "Boa tarde. Letícia Barros, prazer!" "Encantadíssimo... Entre, por favor..." Letícia entra, tira os óculos escuros e senta no sofá. "Em que área da Literatura eu posso ajudar?" Letícia ri. "Fernando, eu vou ser breve e sincera. Sou uma mulher decidida e confesso que um pouco mimada. Então, chega bem pertinho de mim e olha nos meus olhos..." "Você acha que eu viria até a sua casa, perder meu preciosíssimo tempo, com aulinhas de Literatura?" "Bem, foi o que me disseste por telefone, e sendo assim, não estou entendendo. Não vejo nenhuma ligação entre nós ou algo que possa me interessar..." "É mesmo? Acho que temos um interesse em comum..." "Eu e você?" "Uhum!" "E qual é? Vá direto ao assunto..." "Ai, santa mente de professor... Vai morrer numa sala de aula! Mentezinha pobre... É o seguinte, caro Shakespeare: eu sou completamente apaixonada por Mauro e você, pelo que já percebi, pela mosca-morta, ai digo, pela menina lá, ai esqueço até o nome..." "Você tá falando da Isadora?" "Essazinha mesmo!" "Olha aqui..." "Olha aqui você, meu querido... Deixe de ser paspalho... Vai entregar sua mulher de bandeja assim..."
Antes da advogada terminar de falar, Fernando levanta e abre a porta: "Não, Letícia! Como é que você se propõe a fazer esse papel de ridícula? Pode me dar licença?" "Pensa bem, Fernando!" "Não tem o que pensar... Ela está feliz... Foram feitos um para o outro!" "Deixa de ser otário, Fernando! Você não tá crendo nesse papinho de Alma Gêmea não né?" "Bem, eu..." "Ai, meu Deus! Tinha que ser professor logo de Literatura? Oh, coisa tonta, ela conheceu o Mauro outro dia... Daqui a pouco, eles cairão em si e voltarão pra nós! O que podemos fazer é acelerar o processo..." Letícia sorri.
Fernando fecha a porta. "Você acha mesmo isso?" "É claro que eu acho! Acorda, Fernando! Pay back time... A vida é um jogo: ganha quem sabe jogar... E jogar bem!" Letícia sorri novamente. "Pode ser... Mas se Isadora descobre que eu tramei alguma coisa..." Letícia se joga no sofá. "Ela só vai descubrir se contarmos, coisa poia! Eu, como estou interessadíssima no assunto, não vou abrir o bico! É só você fazer o mesmo e seguir direitinho o que eu disser!" "Fechado!" "É assim que se fala, garoto!" "Mas, qual é o plano?" "Bem, o plano em si eu ainda não pensei direito. Sei mais ou menos o que vou fazer, mas o mais importante já foi feito: nos unirmos!" "Só tem mais uma coisa: ai de você se fizer alguma coisa com a Isadora!"
Fernando senta ao lado de Letícia. "Calma, gatinho!"- responde Letícia passando a mão pelo peito dele. "Fica tranqüilo! A mosca-morta que foi louca em jogar fora um homem como você, sabia?" "Você é gostosa, mas não vale nada hein, Letícia?!" "Que fique bem claro uma coisa: meu homem é o Mauro. E esse é o meu objetivo maior. Enquanto não o consigo de volta, vou usando outros homens que chamaria de "descartáveis"..." - diz ela deitando no seu colo. "Como eu?" "Talvez... Por que? Você se considera descartável?" "Não... Mas é que eu estou começando a gostar de você, cara! Temos realmente muito em comum! Amo a Isadora, mas até ela voltar pra mim..." Letícia o puxa pela gola da camisa. "Até lá..." "Até lá servem outras..." Fernando beija Letícia com vontade!
Ouve-se, então, um misterioso "click" de máquina fotográfica. Fernando: "Você ouviu isso?" "Sei lá, o que?" "Deixa pra lá..." Fernando e Letícia se beijam novamente. A campainha toca.

Todas as Cartas de Amor são Ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

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Poema de Álvaro de Campos (heterônimo do grande Fernando Pessoa)... Fiz uma pausa nos contos para postar esse texto, pois ele tem tudo a ver comigo... E como Pessoa é minha eterna inspiração, aí está... Qualquer semelhança de Douglas Lemos com a multipersonalidade de Fernando Pessoa é mera semelhança e motivo de ironia...
Bem, vamos ao tão-esperado capítulo 8!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Capítulo VII - Amor calidus et amor odiosus

Naquela mesma noite, o clima na casa de Grazi era outro... Os pais da moça haviam viajado e ela estava sozinha em casa com o namorado, Victor. O casal assistira a um filme e estava namorando na sala. O filme era "Antes que termine o dia", e os pombinhos estavam com ele na cabeça ainda...


"Amor, sinceramente eu achava que você iria me mandar ir embora às 22h... Afinal, seus pais não estão em casa e..." "E eu perderia a chance de durmir abraçadinha com o melhor namorado do mundo? Nunca!" (beijo) "Boba, falando assim eu até acredito..." "Pois acredite..."

Victor beija Grazi enquanto lhe faz cafuné. O beijo vai ficando animadinho... O rapaz deita a namorada e sua mão passa pela barriga dela... Ela sente cócegas e se encolhe... "Desculpa, eu não vou forçar nada que..." "Sh... Fala nada não... Você não esta forçando nada aqui... Essa noite será nossa, e nada vai nos atrapalhar..." (beijo) "Tem certeza?" "Nunca tive tanta..."

Victor olha nos olhos de Grazi. Seus dedos passeiam pelo rosto da amada. Os beijos ficam cada vez mais sufocantes... Victor lambe o queixo de Grazi e sua língua sobe até sua orelha. A garota começa a viajar. Ele desce a língua até o pescoço dela e suas mãos passeiam nas costas da jovem. Eles deitam no sofá e continuam a se beijar sufocantemente.

Victor tira a camisa e sua língua brinca pelo pescoço da amada. As mãos do rapaz começam a subir e já estão sob os seios da namorada. As mãos de Grazi percorrem as costas dele. Victor senta no sofá e põe Grazi sentada em seu colo de frente pra ele. Ele tira a blusa dela e o casal se abraça com respiração super ofegante. Os dedos de Victor em suas costas não demoram para abrir mais uma peça de roupa dela...

Grazi passa a língua na orelha do namorado, deixando-o mais louco ainda. A língua dele começa a percorrer o corpo dela com uma incrível rapidez e excitação. Boca, queixo, pescoço... Seios... As mãos dela nos cabelos do namorado indicam que aquele seria um momento do qual ela jamais iria se esquecer.

O fogo daquele casal parecia incessante. Alguns minutos depois, Grazi estaria deitada e Victor abrindo o zíper da calça dela. Ele beija levemente as suas pernas e puxa com vontade a calça dela. Ele também tira a sua e começa a beijar e lamber o pescoço da namorada. Sua língua desce e começa a passear pelo corpo dela. Sem perder tempo, o rapaz utiliza sabiamente as mãos... Cabe ao leitor imaginar o que seria "sabiamente"...

Enquanto isso, na sala da justiça, digo, na sala da casa de Letícia, os cacos dos vasos importados estão por toda a parte. A rica advogada nutria raiva pelo professor e esse sentimento a levaria muito longe! Ela precisava colocar aquilo pra fora e, de repente, teve uma súbita idéia... A gargalhada de bruxa (ops, da mulher...) ecoava pelo condomínio... Letícia sabia muito bem o que precisava fazer!

Voltemos à casa vizinha... Victor levara a amada nos braços para o quarto. O casal já havia se despido por completo. Os movimentos estavam cada vez mais frenéticos. Victor deitado sobre Grazi e suas costas já estavam suadas. As pernas da jovem trançadas na cintura do namorado ajudavam a elevar a excitação para níveis impensáveis...

O casal apaixonado se abraça forte. Já passavam das 5h e em pouco tempo estaria amanhecendo...

domingo, 18 de novembro de 2007

Capítulo VI - Est vita!

4h. Letícia chega em casa cansada. A advogada havia tido muitas emoções no dia anterior e só queria descansar ao lado do marido. "Amor... Você acredita que... Ué, cadê vc, Mauro?" Letícia começa a se preocupar. Ela entra no banho e depois ligaria pra ele.

4h15min. "Isadora, eu preciso ir..." "Não, vai me deixar aqui sozinha?" "Já são mais de 4h da manhã, a Letícia já deve ter chegado em casa..." "Ah é, né?! Por um momento havia me esquecido, mas no meio do caminho havia uma advogadazinha esnobe..." "Não fala assim... A Letícia é..." "Ah, Mauro, se for pra defender sua mulher agora, pode ir... Eu me viro bem aqui sozinha..." "Desculpa, mas eu preciso ir mesmo..." "Tudo bem..." "Você deve ter alta em alguns dias... A operação correu muito bem! Eu venho te ver amanhã..." "Ok..."

Meia hora depois. Mauro chega em casa e a esposa está saindo do banho. "Bom dia, mocinho, por onde andaste até essa hora?" (Beijo) "Eu estava no hospital..." "No hospital com a estudantezinha magrela até agora? Aquela menina não tem noivo? Por que que ele não foi pra lá ficar com ela?" "Isso não é da nossa conta, Letícia... Você foi irresponsável no volante e agora a gente tem que se virar cuidando dela até ela se recuperar..." "Ah, ninguém mandou também fazer protesto numa rua tão movimentada, meu amor..." "Movimentada ou não, você é estressadinha demais, né?! Se toda vez que você perder uma causa, tiver que atropelar alguém... Santo Deus!" "Ah, bobo!" (Beijo) "Estava te esperando... Saudade do seu beijo..." "Letícia, acho que a gente precisava conversar um pouco..." "Ah, isso com certeza! Vi uns olhares seus pra garota hoje... Não gostei, tá?! É dela que você quer falar?" "Mais ou menos... Letícia, você sabe o quanto eu gosto de você... A gente casou novo demais e eu acho que isso..." "Aonde você quer chegar com essa conversa, Mauro?" "Eu acho que... Sei lá, a gente precisava de..." "Um tempo, Mauro?" "É... Acho que um tempo nos faria..." "Você acha que eu nasci ontem, Mauro Velasco? Você olha uma magricela sem sal que eu atropelei, acha bonitinha, e me pede um tempo? Você tá pensando que eu sou o que?" "Letícia, calma..." "Calma nada, cara, agora eu estressei... Você quer conversar, vamos conversar, mas você vai me ouvir também..." "Chega, Letícia! Você não quer conversar, você quer é um monólogo, e eu estou cheio do seu jeito prepotente de falar comigo!" "Ah, é?! Agora eu que sou prepotente?" "É sim... Já parou ra analisar como você fala cheia de si e..." "Se eu sou tudo isso que sua cabeça tá matutando, me diz uma coisa: por que que você casou comigo?" "Preferiria não ter casado!" "Como é que é? E vai fazer o que? Quer se separar?"

Mauro respira fundo. Senta no sofá, passa a mão pelo cabelo e encara a mulher... "Eu quero o divórcio, Letícia!" Ela senta do seu lado e tenta se acalmar. O casal evita se olhar e Letícia começa a chorar silenciosamente. Ela levanta e pergunta: "Você tem certeza que é isso que você quer né?!" "Tenho..." "Você ainda vai voltar por aquela porta dizendo que tá arrependido... Agora pega as suas coisas e some daqui!" Mauro não espera a mulher falar outra vez. Vai no quarto, tira as roupas do armário e faz as malas.

Mauro vai embora sem se despedir da esposa. Letícia chora compulsivamente e quebra todos os vasos importados que vê pela frente na sala.

Capítulo V - Amor non eliget personas!

Cinco anos haviam se passado. Nossa história começa a tomar outros rumos. Alguns personagens a vida fez questão de mudar, como o casal Mauro e Letícia... Outros não mudariam nunca, por mais que os anos se passassem. Mauro, no auge de seus 24 anos, era um homem casado e exercia as profissões de advogado e professor. Sua esposa Letícia seguira também para a área do Direito, mas estava estudando para fazer concurso... Ela queria o Mestrado em Direito Ambiental mais que qualquer outra coisa na vida.

Os pais de Letícia haviam morrido há 2 anos, deixando-lhe uma imensurável fortuna. Milionários, eles eram contra o casamento, achando que o professor seria um atraso na vida dela. A moça mudara muito nos últimos cinco anos. Continuava linda, inteligente e culta, mas nessa etapa da vida havia se transformado numa mulher mais madura, ambiciosa e decidida. A doçura e a ingenuidade de outrora haviam ficado em algum momento do passado.

Letícia era louca por Mauro. Ele não a amava, embora tivesse se casado com ela. Ele tinha sim um grande carinho e havia paixão no casamento, mas ele havia descoberto, com o passar do tempo, que amor de verdade não era o que ele sentia pela esposa. O advogado brincava que "o amor da sua vida havia se perdido por aí" e ele havia cansado de procurar...

20 de maio de 2012. Aquela tarde de quinta-feira estava meio estranha. Era um daqueles dias em que se tem uma sensação esquisita de que tudo parou e que um silêncio irritante toma conta de tudo e todos a sua volta...

17h. Letícia acaba de perder uma causa e está furiosa. Discute com o promotor público e sai nervosa do Fórum de Campos. Alguns minutos depois, já na Avenida Alberto Torres, ela percebe que havia deixado as chaves de casa na mesa do Tribunal. Era tudo que ela precisava para explodir naquele dia!

Mauro, em sala de aula, tem uma misteriosa visão: um campo cheio de rosas brancas e uma rosa vermelha que desabrocha no meio delas. Uma aluna lhe interrompe: "Teacher, are you ok?" "Sure... I'm fine!"

17h45min. Os alunos da Faculdade de Medicina de Campos fazem protesto na Avenida Alberto Torres. As bolsas da prefeitura estavam atrasadas, professores recebiam mal (os que recebiam) e os alunos bolsistas começavam a se complicar com as mensalidades...

Letícia passa naquela avenida numa altíssima velocidade e atropela Isadora, uma das manifestantes. A pobre moça voa longe desacordada. Preocupada, a advogada põe a universitária no carro e a leva para o hospital. Ela liga para o marido e pede que a encontre lá...

18h15min. Mauro chega no hospital esbaforido e encontra a esposa e a jovem acidentada. Ele fica encantado com Isadora. Letícia, no auge de sua irritação, não gosta nada de ver a cara de pateta dele. Mal sabia ela o que se passava na cabeça (e no coração) daquele homem! Isadora é atendida e o casal conversa sobre o acidente.

Fernando, noivo da moça, nota a demora dela e liga para o seu celular. Letícia atende e lhe explica a situação. Ele fica desnorteado e vai pra lá. Isadora opera uma lesão que sofreu no lado direito do cóccix. Algumas horas depois, a jovem se recupera bem, já no quarto. Letícia tem uma audiência importante e deixa o marido cuidando de Isadora, já que o noivo dela não havia podido ficar por muito tempo.

2h do dia seguinte. Isadora acorda. Mauro a estava observando. Isadora olha fixamente o professor e depois a sua volta. "Quem é você? O que que eu tô fazendo aqui?" "Calma... Você foi atropelada pela minha esposa, Letícia, quando estava numa manifestação em frente a faculdade, lembra?" "Lembro, mas... Eu quero ir embora, eu..." "Sh... Fica calma... Nós te trouxemos pra cá e você precisa se recuperar primeiro... Sua saúde ainda está debilitada!" "E quem é você mesmo?" "Prazer, meu nome é Mauro. Mauro Monteiro Reis Velasco." "Nossa! É nome de guerra?" "Engraçado que todo mundo pergunta isso, mas é meu nome mesmo... Fazer o que se a gente não escolhe o próprio nome né?!" "Engraçadinho você..." "Eu? Nem um pouco!" "Nossa, você já é casado? Tão novinho... Bem, pelos menos tem cara de novo né?! Desculpa, mas quantos anos você tem?" "24 anos. Me casei há 2 anos." "Uau, isso é que é amor, não me vejo casando com 22 anos nunca..." "as vejo pela sua bela mão direita que você é noiva... E deve ser novinha também!"

"Sou 3 anos mais nova que você... Sou noiva, mas... sei lá! Não penso em me casar tão cedo! O Fernando é uma gracinha, mas não o amo!" "Fernando... Acho que foi ele quem esteve aqui mais cedo... Acho que ele parece gostar muito de você né?!" "Gosta sim... O Fernando é um amor de pessoa. Romântico, adora peosia, inclusive é professor de Literatura, e é um homem quase perfeito..." "Quase?" "É... quase... não sei, mas não sinto por ele todas aquelas coisas que dizem do amor, sabe? Aquelas baboseiras, mas que todo mundo sonha sentir um dia? Sininhos tocando, coração disparado,..." (risos)

"Entendo... Engraçado, mas eu também não sinto nada disso por Letícia!" "Ué, e se casou com ela por que então?" "Nem seu sei... Achei que fosse a mulher mais ideal, já que minha "alma gêmea" cansou de me procurar por aí..." "Não fale assim! Foi sua alma gêmea ou você que cansou de procurar?" "Sei lá, acho que os dois!" "Você fala de um jeito tão negligente!" "Não, não é isso! Você que é certa demais do que quer. Pow, quem dera se a minha mulher fosse assim. A Letícia me ama, sei disso, mas é uma mulher estressada demais, sabe? Nunca tem tempo pra gente! Queria que ela fosse uma mulher mais doce, mais de bem com a vida, menos amargurada... Uma mulher... como você assim!" "Como eu? É piada né?! Bem, já que é pra entregar os podres, vamos lá... (risos) Eu queria que o Fernando fosse um pouco mais real..." "Mais real?" A moça senta na cama e eles se aproximam mais. "Queria que fosse um romântico mais presente, mais vivo,... Ele é meio platônico, sabe?" "Uhum..." "E o que você faz da vida?" "Sou advogado e professor de línguas..." "Que legal... Nossa, línguas no plural?" "Leciono inglês, espanhol e francês..." "Ui, O intelectual..." "Olha quem fala... Estudante de Medicina, deve comer os livros!" "Ah, eu meto a cara mesmo..."

Silêncio absoluto. "Que foi, garota, que você me olhou séria agora?" "Nem queira saber dos meus pensamentos... Me mataria se soubesse!" "Ah, mas você agora vai falar..." "Não vou!" "Então eu vou embora e você vai ficar sozinha aqui..." Mauro levanta e Isadora lhe segura o braço. Ela olha em seus olhos e diz: "Fica! Por favor..." "O que você pensou?" "Que parece que eu te conheço há tanto tempo... Em poucos minutos de conversa, percebi que... Percebi que é uma pena você ser casado... Não me leve a mal, por favor!" "Esses seus olhos verdes-esmeralda, Isadora, me dizem que você é quem eu procurava há séculos..." Isadora sorri e eles se beijam.

3h. Letícia arruma as coisas no escritório e guarda a papelada na gaveta. Aquele dia havia sido muito cansativo e o que ela mais queria era ir pra casa e encontrar o marido.

sábado, 17 de novembro de 2007

Capítulo IV - Oscula me nunc!

14h. O celular de Mauro vibra ao lado de seu travesseiro. Era Fabiana, sua prima e vizinha de Stella, perguntando pela loira, que não havia durmido em casa. O professor começa a se preocupar e responde à prima, ainda meio sonolento, que vai procurar por ela. Uma ligação para o celular de Marianne (a gringa). Caixa postal. Ora, a sexy nurse houvera saído de casa sem celular e, pensando bem, ela era maior de idade, mãe de dois filhos lindos e sabia bem o que fazia da vida. Mesmo que o álcool estivesse lhe tirando o juízo... Mauro voltou a durmir.
14h30min. A droga do celular lhe acorda de novo. "Quem me incomoda?" "Good Morning, bebê! É Stella, meu lindo..." "Fala, minha loira... Onde você foi parar, hein?!" "Avisa a Fabiana pra mim que eu durmi na casa de Marianne, please!" "Oh, Gosh, na casa de Marianne?" "É, meu amor, depois titia te explica, tá?" "Okay..."
Bem, era hora de levantar. Em algumas horas Mauro daria aula particular e a seus alunos não agradaria vê-lo com a cara amassada depois de uma noite top de linha como a anterior. Mensagem de celular: "Bom dia, gatinho! Espero que tenha durmido bem... Eu tive uma óima noite de sono... Tive lindos sonhos... rs bjs" Era o que ele precisava pra começar o dia com o pé direito!
15h. O celular vibra de novo. "Hoje é dia! Alô?!" "Migo, é Grazi. Preciso falar com você." "Grazi, você tá chorando? O que que houve?" "Ai, eu preciso tanto de você..." "Vou praí agora!"
Mauro vai à casa da amiga, que ficava no mesmo condomínio. "O que foi, meu anjo?" "Ah, eu não agüento mais meus pais não, cara! Eles não vêem que em dezembro faço 18 anos! Dezoito, Mauro, tem noção disso?"
Meia hora depois, Grazielle estava bem mais calma. "Mauro, eu faço de tudo pra agradá-los, amigo, tudo! Só que pra eles nada tá bom, nunca o que a gente faz é o suficiente... Que merda!" Mauro abraça a amiga e pergunta: "Colocou pra fora tudo que lhe pertubava? Posso falar agora?" "Pode, migo..." "Seus pais devem pensar assim: "Nós trabalhamos, damos duro de segunda a sábado, fazemos de tudo pra dar a ela do bom e do melhor e pra ela nunca é o suficiente!" Tente olhar isso tudo do ponto de vista deles também, minha linda... Grazi, seus pais não vêem que você cresceu, mas pai nenhum quer ver isso não! Eu vejo porque cresci com você, mas no fundo você continua aquela garotinha que corria atrás de Matteus e que me batia por qualquer coisa há alguns anos atrás..." Os velhos amigos caem na gargalhada.
"Ai, eu amo você, sabia? Só você me entende, você me escuta, me deixa desabafar, falar até cansar..." (risos) "Meu anjinho, vou lá agora tá?! Tem certeza que vai ficar bem?!" "Só se você me der um abraço bem apertado!"

16h. Começa a cair uma chuva torrencial. O professor conclui que nem daria mais aula em casa... Ele senta no computador e começa a digitar em seu blog: "Aquele fora mais um dia de Douglas..." Torcia pra seu blog dar certo. Ali ele faria uma das coisas que mais lhe agradava na vida: escrever, dar asas a sua imaginação...
17h. Nosso estudante universitário acabara de tomar banho e estava saindo pro IBEU. Sua turma de 18h30min lhe comeria o fígado por ter que fazer prova na sexta-feira depois do feriado, em que não haveria recesso. A ida ao curso naquele dia teria um sabor diferente: ele iria ver sua amada de novo...
Chegando ao curso, subindo as escadas, Mauro é recebido pelo sorriso de Letícia que está sentada em um dos computadores da biblioteca. Ela sorri e volta a olhar pra tela do pc, afinal estava trabalhando e não queria ser chamada atenção pelo poderoso-chatão, digo, o diretor do curso.
Não querendo atrapalhá-la, Mauro vai à recepção e finge algum papo com Sheila, sua amiga e secretária do curso. Douglas (o diretor) e Sheila estão no balcão... "Sheila, querida, que horas você sai?" "Ih, amado, fica tristinho não, mas eu só saio às 9h da noite hoje... Mas olha só: chegou uma edição da Newsweek lá na biblioteca, você vai adorar!" "Tuuuuudo bem! Muito thank you!" O professor não perde tempo.
Entra na biblioteca e começa a folhear a revista numa cadeira atrás de Letícia. Todas as funcionárias concentradas, quando ele solta a pérola: "Gente, essa mulher aqui na revista é um espetáculo né?! Colbie Caillat... Nossa, que voz!" Kamila, uma das funcionárias, no auge de seu humor, lhe responde: "É..." Letícia ri da cara da colega de trabalho, olha pra trás, pisca e diz: "Ela até que é boazinha..."
Letícia levanta e vai ao fundo da biblioteca recolocar alguns livros na estante. Sem o mínimo de disfarce, Mauro vai atrás. Ele a abraça por trás e diz no seu ouvido: " A próxima vez que você disser que a cantora é só boazinha, eu posso acreditar que você não gostou da noite..." "Ei, você é louco, vão nos ver aqui..." Mauro segura Letícia e lhe puxa para detrás de uma das estantes... Antes de ela falar qualquer coisa, ele lhe dá um beijo carregado de saudade da noite enterior.
"Ah, vai dizer que a adrenalina não te atrai?" "Cara, você não tem juízo?!" Ele a beija de novo e diz: "E quem disse que eu quero ter depois da noite de ontem?" Mauro sopra de leve o ouvido de Letícia e lhe solta...
"Bem, eu estarei lendo a Newsweek aqui tá, Letícia? Qualquer coisa, me chama por favor..." Ela lhe encara, respira fundo e diz: "Tudo bem, professor... Estou ali na frente..."
Letícia e Mauro não conseguem se concentrar em suas respectivas leituras... Só pensavam que ainda se veriam a noite. Sheila, Stella, Jéssica e o casal haviam combinado de se encontrar na badalada Pelinca. Aquele pagode prometia!!!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Capítulo III - Nuntius somnis

3h30min. Era impossível ver qualquer coisa fora do carro. Os vidros estavam completamente embaçados. Uma garoa bem fininha começava a cair lá fora. A música havia mudado, mas Colbie Caillat não saía do som daquele veículo! A cantora norte-americana seria, definitivamente, o som do casal...
"Nossa, já são 3h e meia... Vai ficar tarde pra você chegar em casa!" "Sh... Não liga pras horas não... Se eu pudesse, ficaria aqui até amanhecer e depois iria viajar com você... A última coisa que quero é voltar pra casa, sabia?" "Ué, porque?" "Porque vai me bater uma tristeza enorme ao deitar na cama e não estar mais abraçada a você..." (risos)
"Esse momento não vai sair da minha cabeça..." "E eu nem quero que saia da minha... Cara, agora entendo porque suas alunas dizem que você é cheiroso! Nossa, esse cheiro me deixa louca... E acho que ele vai ficar impregnado na minha roupa..." "Ops..." "E eu acho que vou durmir abraçada a essa blusa então... Mas é sério! E seu beijo? Muito bom te beijar, sabia?" A chuva fica forte e o casal deitado no banco traseiro do carro sequer havia percebido da chuva... "Você acha mesmo meu beijo tão bom assim?" "Bem, eu não sei como você ficou solteiro de novo, porque esse beijo é tudo!"
Mauro e Letícia trocam beijos e carícias...
4h15min. "Minha linda, hora de vazar... Se eu te deixo em casa depois das cinco é capaz da gente nem poder sair junto mais..." " tarde mesmo... Já que não tem outro jeito né?! Já que tem que amanhecer..."
4h40min. O vectra preto pára em frente a casa de Letícia. Beijos intensos. "Adorei a noite, gatinho! Certamente hoje é a minha vez de sonhar..." "Falando assim eu até acredito que você gostou tanto assim da noite..." "Por que mentiria, seu bobo?" "Não sei!" "Eu amei... Foi uma noite perfeita!" Mais alguns beijos, Letícia sai do carro e dá a volta. "Vai direitinho pra casa, tá? Me liga chegando lá pra eu durmir tranqüila..." "Oh, Deus, por que isso?" "Ai, eu fico preocupada... Por favoooor!" "Ok... Boa noite então, gata..."
O carro dobra a esquina, Letícia respira fundo e sorri. Mauro aumenta o voluma do som e abaixa o seu vidro deixando a chuva molhar seu rosto... A noite havia reaumente sido maravilhosa...
5h. Mauro chega em casa. A mensagem de celular traduz tudo... "Boa noite, gatinha! Durma bem e tenha ótimos sonhos cmg... Vc fez a minha noite perfeita! ;-) bjs"
O celular de Letícia apita e seu coração dispara... Aquela mensagem lhe faria ter lindos sonhos...

Capítulo II: Laetitia noctis!

Letícia esperava com ansiedade em frente ao Boliche. Esperava que sua noite fechasse com chave de ouro... As mensagens e os scraps do últimos dias haviam criado um ótimo clima e Mauro era tudo que ela precisava naquele momento... Ambos precisavam de muito romantismo e um momento bem tranqüilo neste fim de noite.
1h35min. O carro de Mauro finalmente aparece naquela rua. Aquele automóvel preto ela reconheceria de longe! Ele pára o carro e pisca pra ela, que sorri. "Desistiu de me ver hoje, honey?" "Eu ia te ver hoje nem que fosse a última coisa que fizesse no meu dia!" "Uau! Adorei! Vamos?" Letícia dá a volta e entra no carro. Eles se cumprimentam e os motoristas estressados já começam a buzinar...


1h50min. "E aí, para onde vamos?" "Com você, pra qualquer lugar! Desde que haja muito silêncio e Colbie Caillat cantandooooo!" "Ixi, então teremos que ficar no carro, porque em Campos aliar silêncio a um bom local e Colbie Caillat ainda por cima..." "Sabe que por mim a gente fica aqui mesmo?" "Ok, honey, you decide!"
2h. O vectra preto pára ao lado do tranqüilo Jardim do Liceu. Letícia clica no repeat do som do carro e Mauro puxa o banco bem pra trás e deita. Ela passa a mão pelo seu rosto e pergunta: "Nossa, você deve estar bem cansado né?!" "Um pouquinho... Essa vida me deixa exausto!"
2h15min. O casal passara uns 5 min em absoluto silêncio... Mauro estava realmente cansado. Estava de pé desde 6h30min do dia anterior, mas nada o deixaria mais relaxado que aquele momento. Letícia não parava de o admirar, enquanto sua cabecinha viajava. Mauro abre os olhos e sorri: "Por que você me olha tanto? Eu hein?!" "Poxa, por que, não posso?" "Poder você pode, mas me deixa encabulado... Sem contar que é um olhar muito penetrante, me deixa sem graça..." "Ai, desculpa!" Mauro põe a mão no seu queixo e diz: "Você não tem que se desculpar de nada... Só tá fazendo a minha noite perfeita!"
"Mauro, você me disse há uns 2 dias que sonhou comigo... Eu tô esperando ainda você me contar desse sonho!" "Te contar do meu sonho? Nunca!" "Ah, porque?" "Não gosto de contar sonhos... De fato, eu prefiro mostrá-los... Sou um pouco ator quando quero!" "Cuidado então que eu também posso ser um pouco atriz... Basta eu querer!"
Ela passa o dedo pela voltinha do rosto dela e pergunta: "E em quais momentos você iria querer ser atriz? Agora por exemplo?" "Definitivamente não! Agora eu não atuo... Sou eu mesma!"
Silêncio. Mauro passa pro banco de trás e deita, olhando pra Letícia no banco do carona, com uma carinha de desiludida. "Você não queria saber do meu sonho? Vem pra cá!" Letícia tira o calçado e pula para o banco de trás também. Ele senta e a abraça, respirando bem próximo a sua nuca... Ela põe a mão atrás da cabeça dele e começa a lhe fazer cafuné...
"Se meu sonho fosse assim mesmo, peça pra não me acordarem!" Eles se entreolham e se beijam. O vento fresco de 2h e meia da madrugada junto ao maravilhoso fundo musical faziam daquele momento algo único. Mauro e Letícia pareciam esquecer do mundo fora daquele veículo e aquele beijo estava cheio de romantismo: tudo que eles mais precisavam.
Ele vai deitando lentamente, até ficar completamente por baixo dela e sentir aquele corpo leve sobre o seu. Ambos abrem os olhos e sorriem. "Nossa, seu sonho foi bom assim?" "Não tanto como seu beijo agora, mas foi bom!" "Quer dizer que me beijar foi bom?" "Deixa eu te mostrar de novo ao invés de te responder..."
O celular dele vibrava no banco da frente sozinho... Quem se importava com isso? A noite do casal havia acabado de começar e nada nem ninguém tinha o direito de atrapalhar...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Capítulo I: Fiat lux! E assim a noite se fez dia...

Já passava de 1h da manhã... O Lord Pub estava lotado e Mauro não parava de olhar para o relógio... Aquele pub apertado e as pessoas se espremendo no balcão para pedir uma dose de Kovak com energético... Mauro sorria falsamente às pessoas. Queria mesmo sumir dali... Ir para algum lugar calmo, sentir o vento no rosto, longe de barulho, e ao lado da pessoa dos seus pensamentos...
1h08min. Uma mensagem de celular. "Onde vc tá? Q horas te pego aí?" Uma e quinze e a resposta todavia não chegara. Vanessa liga. Muito barulho no fundo da ligação. "Eu vou demorar um pouquinho porque a fila tá gigantesca, mas vou entrar, ok?"
1h20min. Mauro e Vanessa se cumprimentam. Ele pede licença à amiga e vai pra perto de caixa, onde não há muito barulho. "Oi, gato, eu tô na Pelinca. Me pega aqui em 15min?" "Tranqüilo!"
Voltando para o grupo de amigos, Mauro diz que precisa ir. Vanessa, a sexy nurse e a gringa nem dão bola para as suas palavras. Fingem que nem ouviram, afinal ainda é cedo... A Pub's band toca "I will survive". O álcool começa a agir em Stella (a sexy nurse): ela joga as mãos para o alto e começa a gritar... O quarteto canta abraçado.
Mauro entrega as comandas às amigas, juntamente com o passaporte da loira, que outrora fora motivo de risada, agora era de impaciência. Ele sai daquele lugar e respira aliviado chegando ao seu carro.
"Hora de beijar na boca de verdade! Coisa que não faço direito desde vinte de outubro!" Mauro respira fundo e liga o carro. "Vamo que vamo!" O jovem carro sai "cantando pneu"... Aquilo estava pra ele como a porta aberta de uma gaiola estava para um pobre pássaro preso.
A noite acabara de começar...

Introdução

Fala, galera!
Sejam bem-vindos!
Aqui será o espaço pras minhas loucuras... Quem me conhece e já leu alguns dos meus contos, sabe que inspiração não me falta... Vocês vão se deparam aqui com um pouquinho de cada coisa: romance, comédia, aventura, ficção, religião (ops! rs), e até terror!
Espero que gostem e comentem!
Abraços!